segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Entrevista com Cíntia Mara


Cíntia Mara - "Free to be me"


Conte-nos um pouco sobre sua origem cristã.
Quando eu era criança, ia à igreja católica com minha mãe, mas não gostava muito. Cheguei a fazer um ano de catecismo, mas larguei porque achava tudo muito parado, e como eu sou agitada demais, não me adaptei. Minha mãe às vezes visitava igrejas evangélicas, mas eu odiava. Odiava crente. Pra ter uma idéia, eu não usava saia porque era "coisa de crente". Só que, mesmo sendo bem nova, eu sentia falta de alguma coisa, um vazio. Era uma criança rebelde, tinha muitos pesadelos e "ideias ruins". Um dia eu estava triste e uma amiga me chamou pra ir à igreja dela. Era fevereiro de 1999, eu tinha 12 anos. Fui num domingo de manhã, gostei das pessoas e continuei indo, apesar do meu pai ser completamente contra. Até hoje congrego na mesma igreja.

Li que você é formada. Quero saber em que área e atualmente em que trabalha.
Eu fiz Ciência da Computação na UFMG e trabalho como analista de sistemas.

Sei que você é uma blogueira aficionada. Como surgiu esse anseio de construir um blog onde a ênfase é a literatura?
Na verdade, a ênfase do blog não é a literatura. A verdade é que ele não tem ênfase nenhuma, por isso o nome Free to be me. Eu gosto de ser livre pra escrever o que quiser a hora que quiser, então acaba que, às vezes, alguns temas se destacam, dependendo do meu momento.
Mas enfim, a ideia surgiu há vários anos. Apesar de falar muito, eu não sei abordar as pessoas. Queria uma forma de falar de Deus, mas sem precisar chegar em ninguém. Queria que as pessoas viessem a mim. E uma página na internet acabou sendo uma boa ideia. Eu tinha uma página num site de relacionamentos que não existe mais, o 1grau. Quando ele acabou, em 2006, eu fiquei meio "órfã" de um espaço. Durante um ano e meio fiquei com aquela vontade de criar um blog, mas tinha muito preconceito. Até que em 15 de janeiro de 2008, eu criei o que veio a se transformar no Free to be me.

Conheci você virtualmente há pouco tempo, mas já percebi que você lê muito e escreve resenhas interessantíssimas. Como surgiu o seu gosto pela leitura, a idéia de analisá-los e... quantos livros você lê por mês?
Sempre gostei de ler, desde pequena. Brigava com os professores pra me deixarem ir à biblioteca. Porém, depois que terminei o Ensino Fundamental, eu li muito pouco. Eram muitas matérias no colégio e não sobrava tempo. Faculdade também, a maior correria. Aí em 2007 eu fui à livraria comprar um caderno e vi que havia sido lançado o sétimo volume da série Diário da Princesa. Não conhecia os livros, mas era fã do filme. Entrei na internet e comecei a baixar e-books enlouquecidamente, rsrs. Li vários e, não contente com os e-books, passei a comprar livros, mesmo os que já tinha lido.
A idéia das resenhas foi algo natural. Quando eu gosto de alguma coisa, quero recomendar, contar pra todo mundo. Mas a maioria das pessoas com quem convivo não têm o mesmo interesse, então resolvi escrever.
Este ano meu ritmo de leitura está muito bom. Tenho lido de 6 a 9 livros por mês.

Você escreveu uma história (livro/blog). Conte um pouco sobre esse enredo e o que significou para você escrevê-lo.
Eu escrevi Um Sorriso Igual ao Teu, que é a história de uma jovem cristã, Paula, que se vê envolvida emocionalmente por um rapaz que não tem nada a ver com ela, um "garoto do mundo", o Edu. Tomei como base algumas experiências que eu tive, já me interessei por vários rapazes assim e sei bem como é a situação. Foi uma experiência ótima, reacendeu o sonho que eu tinha quando criança, de ser escritora. E a troca de opiniões com os leitores também foi muito interessante.
Agora o blog está trancado, porque quero organizar algumas coisas antes de postar a continuação.

Quais são seus projetos para o futuro no âmbito pessoal?
Ah, tenho vários sonhos. Mas falando em projetos, como algo que está mais próximo, mais concreto, eu quero aprender italiano, viajar bastante e já estou pensando em uma pós-graduação e cursos de certificação na minha área.

E com relação ao âmbito literário? Você pretende escrever uma nova história ou até mesmo algum livro futuramente?
Como eu disse anteriormente, eu já quis ser escritora. Não penso em abandonar a computação pra escrever, porque eu amo o meu trabalho. Mas estou escrevendo a continuação da história da Paula que será postada no blog. E depois... Quem sabe algum dia eu não publique? Não tenho pressa, deixa rolar.

Qual foi a ficção cristã publicada no Brasil que você mais gostou?
O Livro de Salema, da Arlete Castro.

Sei que você lê livros em inglês também, então me atrevo a lhe perguntar: Qual a ficção cristã estrangeira que você mais gostou?
Eu sou fã de carteirinha da autora Robin Jones Gunn. De ficção cristã estrangeira, os que eu mais leio são os dela. O meu atual favorito é o Waterfalls, da série Glenbrooke.

Gostaria que você deixasse uma mensagem para quem, de repente, possa estar desanimado na fé.
É nas horas de desânimo que a nossa fé tem que ficar mais forte. Ter fé é acreditar mesmo quando tudo ao redor é contrário. Ter fé é não precisar de provas, porque a própria fé é a prova das coisas que não se vêem. Muitas pessoas morreram sem ter seus sonhos realizados, pois a recompensa maior está na eternidade, com Deus. É natural ficar desanimado às vezes, tudo parece ser tão difícil! Mas tenho certeza que a caminhada de Jesus até o Gólgota foi ainda mais difícil. Se ele não a abandonou, por amor a nós, quem somos nós pra abandoná-lo?

Se alguém quiser encontrar você na internet? Quais os endereços e e-mail para contato?
Blog Free to be me: www.cintiamcr.com.br (Lá tem os links para os outros blogs)

3 comentários:

Aninha Gomes disse...

oi... já acompanho muitas coisas q a cíntia escreve... e sou muito fã...adoro as dicas de livros e agradeço muito pelas traduções dos livros das comu. Parabéns pela entrevista, só veio pra confirmar a pessoa forte q ela é... Amo o blog ficção evangélica...parabéns pra vc tbém

Tânia Gonzales disse...

A Cíntia realmente é uma pessoa abençoada por saber passar as suas ideias através do blog. Eu sempre visito o "Free to be me" porque sei que lá eu encontro algo especial. Um forte abraço para você, Naasson e parabéns pela entrevista.

Cíntia Mara disse...

Obrigada ao Naasom pela oportunidade, e à Ana Maria e à Tânia pelo comentário e pelo carinho :)