terça-feira, 5 de abril de 2011

RESENHA/LIVRO: Revelação Final - Paulo Roberto Santos


Título: Revelação Final
Autor: Paulo Roberto Santos
Editora: Naós
Páginas: 120

SINOPSE (Extraído do Skoob):
Lúcifer, conforme narram as Escrituras, foi o anjo caído que quis se igualar a Deus e acabou expulso do paraíso e da convivência com os entes celestiais, dedicando-se a perturbar o homem, considerado a maior criação do Senhor Deus. Cerca de 1/3 dos anjos seguiram a Lúcifer, que se tornou o líder das legiões que posteriormente se formaram.

Que rosto que ele mostrará ao mundo?
Como se comportaria diante das câmeras?
Até onde a sua fama chegará?
Será aceito pela humanidade?

Uma intrigante história narrando a tentativa de Lúcifer de se inserir na mídia mundial com o objetivo de melhorar a sua imagem e de gerar um filho que, um dia, será conhecido como o anticristo. Este livro mostra o tipo de marketing pessoal que o tornaria aceitável pelas instituições e pela sociedade do mundo inteiro.



O início do livro é um relato sobre Gil De Bruce, um jornalista alcoólatra que vive em decadência, mas,ao mesmo tempo, é um conceituado profissional. Divorciado, sem filhos, está em busca da matéria perfeita que o fará ascender novamente dentro do círculo jornalístico. É quando uma visão, composta por 4 letras em neon o faz sobressaltar. Logo isso se revela uma investida do próprio Lúcifer para que De Bruce organize uma entrevista para que o demônio revele-se ao mundo.

Os planos de Lúcifer para ser conhecido através da TV se desenrola tão rapidamente que logo a entrevista é programada. E o que compreendemos é que são fatos curiosos de sua vida antes de sua queda e até mesmo depois dela.

Porém, primeiramente, devo destacar que no livro há algumas críticas, principalmente à TV e ao catolicismo. Fatos interessantes e históricos que nos fazem refletir o quanto o cristianismo foi deturpado por reis e papas para benefício próprio. Algumas revelações de Lúcifer na entrevista são, no mínimo, provocativas. Ele diz que foi o primogênito de Deus e participou da criação. Muitas idéias foram dele e era ele que deveria ter vindo à Terra e não Cristo. Foi expulso do céu por não concordar com o livre arbítrio dado ao homem por Deus.

Há outras passagens no livro que me levaram a discordar com o autor. Uma delas é o fato de Lúcifer declarar que no inferno não se encontram pessoas más. Essas pessoas vão para algum lugar que nem ele mesmo sabe. Talvez apenas desapareçam. Outra parte escabrosa é o fato de que no inferno não há sofrimento, nas palavras do demônio, mas há bebidas, muito sexo, liberdade, alegria... Bem, eu pensei que fosse algo do tipo enganador, já que isso era palavras de Lúcifer na entrevista, mas logo constatei que isso era realidade (na narrativa do livro), pois pude ler, em discurso indireto , que Lúcifer tratava muito bem os seus, os que viviam no inferno, etc... Nesse momento fiquei com uma pulga atrás da orelha. Mas continuei a leitura. Entretanto refleti que, numa leitura superficial, de pessoas inexperientes nas Escrituras, esse texto poderia dar a entender que o inferno é bom e que uma vida íntegra com Deus é perda de tempo, pois (segundo o que li nesse livro) no céu só haverá cânticos e louvor a Deus, ou seja, uma chatice.

Bem, escrevi acima o que não gostei (há outros pontos, mas irei me abster para quem for ler o livro tirar suas próprias conclusões), mas daqui em diante irei escrever o que de bom ele tem.

Na verdade depois da entrevista de Lúcifer, a obra toma rumos conspiratórios. Fica muito interessante (eu gosto muito desse tipo de narrativa). Não espere diálogos, pois a maior parte do enredo depois da entrevista é narrada em terceira pessoa, não havendo muito discurso direto, mas sim indireto. Lucifer escolhe uma esposa e lhe faz uma proposta: engravidar dele para que nasça o Anti-Cristo; em troca ele lhe dará prosperidade e tudo o que ela quiser. A proposta é aceita e dai em diante um padre corre contra o tempo para fazer com que as profecias descritas no livro de Apocalipse de João sejam estagnadas.

É claro, não revelarei o final. Espero que ao lerem tomem sua próprias conclusões. Já adianto, não sei se haverá continuação ou se é uma obra concluída. Particularmente espero que haja um seguimento para elucidar esses pontos negativos. Resta apenas dizer: Fora os dados históricos, o livro é uma obra de ficção e deve ser encarada como tal.

Nota: 6

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